Justiça Federal do Paraná determinou o bloqueio de mais de R$ 220 milhões do ex-presidente da Câmara
O presidente cassado da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi preso nesta quarta-feira, 19, em Brasília.
O ex-deputado foi capturado preventivamente perto do prédio dele na capital. A
prisão decretada no âmbito da Operação Lava Jato foi determinada pelo juiz
responsável pela Lava Jato em 1ª instância, Sérgio Moro, informou a Polícia
Federal.
A Justiça Federal do
Paraná decretou a indisponibilidade de bens do ex-presidente da Câmara no
montante de R$ 220.677.515,24. A decisão foi dada pela 6.ª Vara Federal de
Curitiba em ação civil de improbidade administrativa movida pela Procuradoria
da República, na capital paranaense, contra o peemedebista.
No último dia 13,
Sérgio Moro recebeu a ação penal contra o deputado cassado e ex-presidente da
Câmara Eduardo Cunha (PMDB) por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fiscal
pela manutenção de contas secretas na Suíça que teriam recebido propina no
esquema na Petrobras. Na segunda-feira, 17, Moro intimou Eduardo Cunha para
apresentar sua defesa prévia em ação penal que atribui ao ex-deputado US$ 5
milhões nas contas secretas que ele mantinha na Suíça.
O processo foi remetido
para a primeira instância em Curitiba pois Cunha perdeu foro privilegiado desde
que foi cassado pela Câmara, por 450 votos a 10, no dia 12 de setembro. Com
isso, na semana passada o Supremo remeteu esta ação contra o peemedebista para
Curitiba. Agora, Cunha começará oficialmente a ser julgado pelo juiz da Lava
Jato, que também julga outra ação penal que tem como ré a mulher do
ex-parlamentar Cláudia Cruz, acusada de lavagem e evasão de US$ 1 milhão
oriundos de crimes que teriam sido praticados pelo seu marido e que foram
utilizados para compras em lojas de luxo no exterior. Além disso, uma das
filhas do peemedebista, Danielle Dytz da Cunha também é investigada pela
força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Nesta ação, a segunda
em que Cunha é réu na Lava Jato, o deputado cassado teria recebido em suas
contas na Suíça propinas de ao menos R$ 5 milhões referentes a aquisição, pela
Petrobrás, de 50% do bloco 4 de um campo de exploração de petróleo na costa do
Benin, na África, em 2011. O negócio foi tocado pela Diretoria Internacional da
estatal, cota do PMDB no esquema de corrupção. Parte destes recursos foi
repassada para Cláudia Cruz, também em contas no exterior, e a transação está
sendo investigada na ação contra a mulher do peemedebista.
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