O
promotor de Justiça Theodoro Alexandre da Silva Silveira entrou de férias um
dia após a abertura de uma investigação contra ele devido a acusações, durante
uma audiência, contra uma adolescente vítima de abuso sexual. O caso ocorreu em
fevereiro de 2014 em Júlio de Castilhos, na Região Central do Rio Grande do
Sul. O pedido de investigação foi feito por um desembargador da 7ª Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça.
Os
30 dias de férias ao promotor foram autorizados pela administração superior do
Ministério Público devido "à situação pontual, o que pode acontecer em
casos extremos", informou a assessoria de imprensa do MP.
Também
nesta sexta, antes da confirmação das férias, a reportagem da RBS TV esteve em
Júlio de Castilhos e tentou conversar com Theoforo Silveira, mas a assessoria
informou que ele não estava no fórum, e que não irá falar sobre o assunto. A
juíza que estava na audiência, Priscila Gomes Palmeiro, que pode ser incluída
na investigação, também disse que não vai falar.
A
reportagem da RBS TV ainda foi até a casa da adolescente, mas ninguém da
família quis gravar entrevista.
A
audiência que gerou a polêmica fazia parte do processo contra o pai da
adolescente, acusado pelo crime. Ela engravidou após ser estuprada. Na época,
tinha 13 anos.
O
promotor acusou a vítima de mentir sobre os fatos e a chamou de
"criminosa", por ter feito um aborto, procedimento realizado com
autorização judicial. Em meio ao processo, a jovem voltou atrás e disse que o
filho não era do pai, e sim de outro homem. No entanto, um exame de DNA no feto
comprovou que o bebê era do pai da menina, resultado das relações sexuais
forçadas.
"(...)
Tu fez eu e a juíza autorizar um aborto e agora tu te arrependeu assim? Tu pode
pra abrir as pernas (...) pra um cara tu tem maturidade (....) e pra assumir
uma criança tu não tem?", disse o promotor de Justiça Theodoro Alexandre
da Silva Silveira.