Na
manhã desta sexta, a Polícia Federal (PF) deflagrou a 24ª fase da Operação Lava
Jato, que tem como alvo Lula e pessoas próximas a ele. Os policiais federais
cumpriram, entre outros locais, mandados de busca e apreensão na casa do
ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP), na sede do Instituto Lula, na
capital paulista, e no sítio que era usado pelo petista em Atibaia (SP).
Em
um comunicado divulgado à imprensa, o MPF destacou que Lula está sendo
investigado porque há indícios de que ele recebeu dinheiro desviado da
Petrobras por meio da execução de reformas no apartamento triplex do Guarujá
(SP) e do sítio de Atibaia
Os
procuradores ressaltaram ainda que há evidências de que o petista recebeu
móveis de luxo nos dois imóveis e teve a armazenagem de bens em uma
transportadora bancada pela construtora OAS, uma das empreiteiras investigadas
na Lava Jato.
"O
ex-presidente Lula, além de líder partidário, era o responsável final pela
decisão de quem seriam os diretores da Petrobras e foi um dos principais
beneficiários dos delitos. De fato, surgiram evidências de que os crimes o
enriqueceram e financiaram campanhas eleitorais e o caixa de sua agremiação
política", diz trecho do comunicado do MPF.
Além
das reformas nos imóveis e da compra de móveis, o MPF listou outras suspeitas
em torno de Lula:
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Segundo os procuradores, "há fortes indícios" de que o ex-presidente
recebeu pelo menos R$ 770 mil "sem justificativa econômica lícita" de
Bumlai, da Odebrecht e da OAS.
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Ainda de acordo com o MPF, também há "fortes indícios" de pagamentos
dissimulados de aproximadamente R$ 1,3 milhão pela OAS em favor de Lula entre
janeiro de 2011 a janeiro de 2016 para a armazenagem de itens retirados do
Palácio do Planalto quando ele deixou a Presidência.
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O Ministério Público investiga ainda pagamentos considerados
"vultosos" feitos por construtoras beneficiadas no esquema Petrobras
em favor do Instituto Lula e da LILS Palestras, empresa de palestras do
ex-presidente da República. Conforme os procuradores, a maior parte do dinheiro
que ingressou na empresa e na entidade de Lula, entre 2011 e 2014, foi
repassado por Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão
e UTC.
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No Instituto Lula, destacou o MPF, essas empresas foram responsáveis pelo
pagamento de R$ 20,7 milhões dos R$ 35 milhões que ingressaram no caixa da
entidade. Na LILS, as empreiteiras passaram R$ 10 milhões dos R$ 21 milhões
obtidos pela empresa de palestras.
O
Instituto Lula disse que vai divulgar uma nota ao longo do dia sobre a operação
desta sexta. O Instituto também afirmou que a entidade e o presidente Lula
"sempre prestaram todas as informações solicitadas pelas
autoridades".