Preso
na manhã desta segunda-feira (26) na 35ª fase da Operação Lava Jato, o
ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda Antonio Palocci é acusado de receber
vantagens indevidas da Odebrecht para defender os interesses da empresa junto
aos governos Lula e Dilma.
Segundo
a Polícia Federal, planilhas apreendidas em fases anteriores da Lava Jato
mostram a existência de um "caixa geral" destinado a Palocci.
Identificado
como "italiano" nos registros, o ex-ministro seria o responsável por
levar as demandas da empreiteira à administração federal, beneficiando-a em
licitações e atuando pela aprovação de projetos de lei positivos a ela. Em
contrapartida, Palocci receberia propina destinada ao PT.
Aos
jornalistas, seu advogado, José Roberto Batocchio, chamou a ação policial de
"arbitrariedade" e questionou: "Qual a necessidade de se prender
uma pessoa que tem domicílio certo (...) e que pode dar todas as informações
quando for intimado? É por causa do espetáculo?"
De
acordo com os investigadores, o ex-ministro teria atuado dessa forma de 2008 a
2013 - quando já estava fora do governo. Nesse período, teriam sido pagos ao PT
e seus agentes, incluindo Palocci, mais de R$ 128 milhões.
Além
disso, haveria restado um saldo de R$ 70 milhões no final de 2013, do qual
ainda não se saberia o destino.
O
juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância
judicial, ordenou ainda o bloqueio de R$ 128 milhões das contas bancárias do
ministro e de dois auxiliares.