O
acordo firmado entre Estados e União para renegociação das dividas só conseguiu
a aprovação por "solidariedade federativa", segundo afirmação de
alguns governadores. Na proposta, acertada nesta segunda-feira, os Estados
conseguiram alongar as dívidas estaduais com a União por mais 20 anos e também
e suspender o pagamento das parcelas mensais de dívidas até dezembro de 2016.
De
acordo com o governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), prevaleceu a
compreensão com os Estados com as maiores dívidas: Rio Grande do Sul, São Paulo
e Rio de Janeiro.
—
A ideia é que todos os Estados possam colaborar nesse momento com o pacto
federativo. Por mais que alguns tenham mais vantagem que outros, vamos separar
as situações entre os Estados, pois todos estamos juntos — disse Taques, após o
fim da reunião sobre o tema com o presidente interino Michel Temer.
O
mesmo argumento foi usado pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo
Rollemberg (PSB), para quem a "solidariedade federativa" vai ajudar
os entes federativos a sair do buraco nas contas públicas.
—
Essa solidariedade federativa vai permitir a melhoria do ambiente econômico do
país, com benefícios para todas as unidades da Federação e com o aumento da
arrecadação da União e dos Estados — afirmou.
O
acordo firmado nesta segunda-feira garantirá que a carência no pagamento das
parcelas, até o fim do ano, atinja todas as unidades da Federação, com exceção
de São Paulo. Pela proposta, será criada uma faixa de retenção, que, no caso de
São Paulo, será de R$ 400 milhões. A "trava" fará com que o Estado
deposite mensalmente R$ 900 milhões de sua dívida de R$ 1,3 bilhões.
No
fim da reunião, o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), reconheceu que o
Estado foi o menos beneficiado e que o acordo ficou "dentro do
possível".