quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A situação da pior rodovia do Estado, entre São Vicente do Sul e Rosário do Sul

O trecho 85, composto pelas ERSs 241, e 640 e pela BR-158, foi eleito o quinto pior do país em pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte




Um pódium que ninguém queria. O trecho 85, composto pelas ERSs 241, e 640 e pela BR-158, que liga São Vicente do Sul a Santana do Livramento/Rivera, foi eleito o quinto pior do país em pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Outra ligação importante da Região Central, que leva de São Borja à BR-386 (Tabaí-Canoas) e inclui a BR-287 e a RSC-287 em Santa Maria, também ficou para trás: é a 26º pior do Brasil. O estudo da CNT revela, ainda, que, dos 529 quilômetros avaliados como péssimos no RS, cerca de 115 pertencem à Região Central.


O trecho entre São Vicente e a fronteira uruguaia avaliado pela CNT tem 114 quilômetros e foi classificado como ruim. Quando analisadas as rodovias em separado, a situação ainda é pior. Os dois trechos mais críticos da região, classificados como péssimos nos quesitos geral, pavimento (condição da pista) e sinalização (horizontal e vertical) partem de São Vicente do Sul: pela ERS-241, em direção a São Francisco de Assis, e pela ERS-640, em direção a Cacequi. As notas baixas no ranking também levam em conta a geometria da estrada (que considera, por exemplo, a presença de faixas adicionais, curvas perigosas sem proteção ou sinalização e acostamento) e a infraestrutura de apoio, como oferta de borracharias, oficinas mecânicas, postos de combustível e lanchonetes.


A responsabilidade pela manutenção das estradas estaduais é do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (Daer). O órgão, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que as condições de tráfego das vias pioraram consideravelmente em função das fortes chuvas que atingiram o Estado. Ainda segundo o Daer, a capacidade de trabalho das equipes estão reduzidas em função do mau tempo.

O Daer afirma que os serviços de recuperação e manutenção serão realizados assim que o tempo colaborar e que os trechos mais críticos serão priorizados





domingo, 1 de novembro de 2015

José Dirceu é alvo de investigação no Peru





Preso pela Operação Lava-Jato desde 3 de agosto em Curitiba, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu tem uma nova fonte de dor de cabeça. É que ele é também investigado pela Fiscalía Especializada Anticorrupción do Peru, o equivalente naquele país à Procuradoria-Geral da República no Brasil. Dirceu é suspeito de intermediar repasses de dinheiro de empreiteiras brasileiras para integrantes do governo Alan García, que presidiu o Peru entre 2006 e 2011. É também apurado se o esquema teria se prolongado até o atual governo, de Ollanta Humala.

Conforme a agenda do ex-presidente Alan García — à qual Zero Hora teve acesso — e também rastreamento de voos, Dirceu realizou cinco viagens ao território peruano entre 2007 e 2011. Em 23 de janeiro de 2007, início do governo de García, o ex-ministro brasileiro foi recebido em palácio pelo então presidente peruano.

Dirceu atuava como lobista das empreiteiras Engevix e OAS, ambas envolvidas no desvio de dinheiro de contratos da Petrobras. O interesse das empresas era conquistar projetos no Peru e, para isso, firmou contrato com o ex-ministro. Ele, por sua vez, fez repasses de dinheiro periódicos por meio da JD Consultoria (empresa pertencente a Dirceu) para uma conhecida sua no Peru, a brasileira Zaida Sisson.

Zaida é mulher de Rodolfo Beltrán Bravo, ministro da Agricultura do Peru no governo Alan García. Ela também é investigada pela Lava-Jato. Zaida recebeu 20 transferências bancárias realizadas pela JD Consultoria (de Dirceu) entre 16 de janeiro de 2009 e 16 de novembro de 2011, que somam R$ 364.398. Conforme declarações de um dos delatores da Lava-Jato, o lobista Milton Pascowitch, Zaida trabalhava para Dirceu na tentativa de obter contratos para a Engevix e para a Galvão Engenharia no Peru. Ela era ligada ao PT e, desde 2001, morava em Lima, onde passou a militar também no Apra (partido de Alan García).

Pascowitch, Dirceu e Zaida fizeram juntos lobby pelas empreiteiras no Peru, conforme um dos 12 depoimentos prestados pelo delator à Lava-Jato. Em janeiro de 2007, Dirceu já tinha sido recebido pelo presidente peruano. Com ele estava José Aldemário Pinheiro Filho, o Leo Pinheiro, dirigente da empreiteira OAS, que acaba de ser condenado a 16 anos de reclusão por corrupção, em sentença dada pela Operação Lava-Jato