Miriam Leitão anuncia a nova taxa de juros pelo Copom
Nesta pequena análise, intitulada "O mal-estar
no Copom", a jornalista Miriam leitão avisa que o descontrole fiscal do
governo Dilma é inédito e perdulário. Leia tudo:
Difícil
imaginar um banqueiro central confortável na reunião do Copom que termina hoje.
O índice oficial de inflação está em 6,5%, no teto de uma meta (4,5%) que já é
alta. Há uma série de ajustes tarifários a serem feitos, e o governo começa a
falar em novo aumento dos combustíveis em 2014.
O lago represado da inflação, diferentemente das
hidrelétricas, está cheio. Seria motivo suficiente para aumentar o juro. Mas
isso não deve ocorrer, apontam os especialistas. Itaú, Bradesco, Santander e
HSBC são exemplos de instituições que cravam a manutenção da taxa em 11% ao fim
do encontro. Isso porque o país está em recessão, nos confirmou semana passada
o IBGE. São dois trimestres seguidos de encolhimento da economia; nos últimos
quatro períodos, três foram de recuo no PIB.
Em julho, o fiscal completou o terceiro mês seguido
gastando mais do que arrecada. O descontrole é inédito. Perdulário, o governo
prejudica a eficácia do juro em conter a sanha inflacionária. Pela projeção do
Bradesco, o IPCA de agosto a ser divulgado na sexta-feira deve voltar a romper
o teto em 12 meses, a 6,53%. É um momento desconfortável para arbitrar os
juros.
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