quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Comissão da Câmara aprova projeto que dificulta aborto legalizado



A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou na tarde de ontem, por 37 votos contra 14, o Projeto de Lei 5069/13, de autoria do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que estabelece penas específicas para quem induzir ou orientar gestantes ao aborto, com agravamento de pena para profissionais da saúde. Na prática, a lei também dificulta o acesso ao aborto legal. O projeto modifica a Lei de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual (Lei 12.845/13) e segue para ser votado em Plenário da Câmara.

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O texto levantou debates entre os deputados presentes. A lei, atualmente, prevê pena de prisão para a gestante que abortar e para o responsável que auxiliá-la a realizar a prática. Pela nova proposta, também passam a ser penalizados, de seis meses a dois anos, quem "induzir ou instigar" gestantes a praticar aborto, além daqueles que venderem ou entregarem substâncias ou objetos destinados a provocá-lo e ainda, anunciarem processo, substância ou objeto destinado a provocar o ato. Quando os casos descritos são cometidos por médicos ou agentes de saúde, farmacêuticos ou enfermeiros, a punição passa a ser de um a três anos de detenção. O projeto também prevê que o crime se torne qualificado — o que aumenta as penas em um terço — quando o aborto resultar em alguma lesão. Se a prática resultar em morte da gestante, as penas são duplicadas.


Embora o texto proíba e puna o anúncio e a venda de métodos abortivos, tais meios e substâncias não foram especificados — o que gerou debate em torno do direito da mulher ao uso da pílula do dia seguinte. Grupos religiosos, por exemplo, querem, após essa proposta, mudar o entendimento sobre a droga, a fim de considerá-la abortiva.

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