domingo, 27 de março de 2016

Fluxo migratório chega aos campos do Estado

Presença de estrangeiros é cada vez maior nas lavouras gaúchas | Foto: Guilherme Testa


O fluxo migratório de estrangeiros para o Brasil, principalmente de haitianos, aos poucos chega ao campo. Embora tenha o menor contingente de imigrantes, se comparada aos demais setores, a agropecuária vem aumentando ano a ano o emprego com vínculo formal de trabalhadores de outros países.


Estudioso do assunto, o professor João Carlos Tedesco, do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Passo Fundo, diz que muitos migrantes já fizeram a transição do campo para a cidade em seus próprios países e chegam com a expectativa de encontrar trabalho em centros urbanos. Mas, diante das oportunidades que surgem, vão para lavouras e pomares carregando alguma experiência, mesmo que pequena, de trabalhos que já fizeram no passado. Neste contingente estão sobretudo aqueles que têm mais de 30 anos.


No caso dos haitianos, o fluxo iniciou-se após o terremoto de 2010. Depois de vencerem a barreira do idioma e do clima, muitos estão adaptados ao trabalho no Rio Grande do Sul, em especial nos pomares de maçã e nas plantações de cenoura. Em sua maioria, o contingente é formado por trabalhadores jovens, de até 39 anos, com escolaridade média. A busca deles por uma oportunidade em um novo país vem ao encontro da crescente demanda por mão de obra no campo.

Esta nova força de trabalho tem entre suas características mais destacadas a disciplina, a responsabilidade e a pontualidade. O perfil tem chamado atenção de dirigentes de entidades rurais e despertado o interesse de empresas do setor agropecuário. “Se eles assumem uma atividade dentro da empresa, realmente cumprem”, afirma Sérgio Poletto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vacaria e Muitos Capões e vice-presidente da Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais (Fetar). As vagas ofertadas são em atividades sazonais ou que exigem alguma habilidade e maior resistência física.

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