domingo, 24 de agosto de 2014

IPE DESCUMPRE ACORDO COM PREFEITURAS


A Famurs, que representa todos os prefeitos do RS, liberou estas informações sobre o modo como o IPE, Instituto de Previdência do Estado, vem tratando as prefeituras com as quais mantém convênios. A nota da Famurs denuncia descalabro administrativo, tolerância em relação à dívida de R$ 3,4 bilhões do governo estadual e crimes de improbidade administrativa apontados pelo TCE. Ao exigir mais dinheiro das prefeituras, o IPE tenta subsidiar os descontos atuais dos servidores estaduais e cobrir rombos produzidos por má gestão e incúria.  

A Famurs informa, ainda que o IPE está reajustando a mensalidade dos planos de saúde de servidores de 90 prefeituras para cobrir um rombo bilionário nas contas do Instituto. Para justificar o aumento, os diretores da autarquia alegam que alguns municípios estão dando prejuízo ao órgão, mas omitem o fato de que o governo do Estado deve R$ 3,4 bilhões ao IPE, conforme aponta relatório do Tribunal de Contas (TCE). Enquanto as prefeituras terão suas taxas reajustadas de 11% para faixas de 13% a 22%, os servidores estaduais seguem pagando apenas 6% de alíquota. Não o bastante, o relatório do TCE ainda apontou irregularidade na gestão e descontrole no cadastro de consultas e exames. Há registros de beneficiários que já morreram, mas seguem consultando pelo IPE. O documento do órgão fiscalizador também mostra que um único médico teria sido capaz de realizar 17 consultas em apenas 40 minutos. Outro médico conveniado ao IPE teria realizado 109 consultas em um só dia.


A Famurs defende e cobra transparência na gestão do IPE, com a abertura da relação detalhada de exames e consultas prestadas em cada município e dos cálculos atuariais que justificariam a elevação das alíquotas municipais. A Federação ainda solicita a prorrogação para 2015 do reajuste da mensalidade dos planos de saúde dos servidores municipais, visto que as prefeituras precisam programar seus orçamentos no ano anterior.

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