Em todo o país, instituições de saúde sem fins lucrativos somam R$ 15
bilhões em déficit. Ministério da Saúde diz que investimento cresceu 49%
Superam em R$ 1,2
bilhão as dívidas dos hospitais filantrópicos gaúchos. As 259 instituições sem
fins lucrativos no Estado — sendo 14 delas santas casas — estão mergulhadas em
um déficit anual de R$ 454 milhões. Situação que se repete em quase todas as unidades
do país que, juntas, acumulam dívida de mais de R$ 15 bilhões. Nesta semana,
representantes dos hospitais se reuniram em Brasília para cobrar soluções ao
débito e mostrar que a saúde das instituições não vai bem.
Nos
hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul, 70% de todos os atendimentos são
a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A dívida gaúcha só não é maior
porque o governo do Estado incluiu, em uma parcela da sua receita, o custeio
desses hospitais — valor que chegou a R$ 250 milhões neste ano —, especialmente
para a assistência de média complexibilidade. Há, também, prefeituras que
auxiliam na manutenção das instituições. Atualmente, nenhuma unidade corre o
risco de fechar no Rio Grande do Sul — diferente do que ocorre em outros
Estados.
Em
Manaus (AM), a Santa Casa foi desativada há cerca de 10 anos. Em Belo Horizonte
(MG), uma UTI com 20 leitos não funciona por falta de recursos e a maternidade
deve ser fechada. Em São Paulo, o pronto-socorro deixou de atender por 30 horas
há algumas semanas devido à falta de materiais básicos.
Já
em Porto Alegre, a Santa Casa de Misericórdia precisa fazer ginástica com as
contas para fechar o caixa no fim do mês. Na prática, os recursos arrecadados
no atendimento de pacientes de convênios médicos servem para custear os
serviços do SUS. Conforme o diretor da instituição e presidente da Federação
das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado, Julio Dornelles de Matos,
a cada R$ 100 de custo para atender a um paciente SUS, a Santa Casa recebe R$
68 de recursos públicos.
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