O
Ministério Público (MP) investiga a contratação de servidores no período de
2012 a 2014 quando, à época, o atual vereador Dionísio Prates de Oliveira (PTB)
presidia o Legislativo de Cacequi. Oliveira é suspeito de nomear assessores
por, no máximo, quatro meses e depois demiti-los.
Os
funcionários não chegavam a trabalhar na Câmara, mas tinham acesso ao plano de
saúde exclusivo para servidores do Estado e de municípios conveniados, o IPE.
Eles seguiam pagando as mensalidades, custeadas em parte pelo poder público, e
até incluíam parentes.
_
Estas pessoas não estavam ali para o serviço público e não prestavam tal
serviço. Mas continuavam vinculados ao plano de saúde do Estado, dando prejuízo aos cofres públicos
_ avalia o promotor de Justiça Thomaz de La Rosa.
Entre
os beneficiados do esquema estão 11 pessoas, entre elas o ex-prefeito Dagoberto
Flores Betega (PMDB), o ex-vereador Ender Rodrigues Del’Olmo e, até mesmo,
empresários da cidade. A reportagem da RBS TV encontrou a empresária Arlete
Dornelles Domingues, que chegou a ser contratada como assessora pelo período de
um mês.
_
Eu trabalhei, mas não tenho nada pra dizer _ afirmou.
Questionada
se ela ainda tinha acesso ao IPE, a empresária afirmou que não pagaria mais e,
por isso, não teria mais o benefício.
Afastamento
O
Ministério Público também pediu o afastamento imediato do vereador Dionísio de
Oliveira por uso indevido de diárias. Apenas no primeiro semestre deste ano,
ele gastou R$ 11 mil em viagens. A investigação do MP aponta que R$ 8 mil deste
valor foram justificados com documentos falsos.
A
maioria das viagens seriam para a Assembleia Legislativa, na Capital. Porém, segundo o MP, ele não esteve nos
locais onde havia agenda prevista.
Os gabinetes dos deputados que ele visitou
negam a presença dele lá. Inclusive, um deputado informou que tomou posse e
começou os trabalhos depois da data usada para receber as diárias -afirma La
Rosa.
Na
sessão da Câmara de Vereadores da semana passada, o parlamentar ameaçou colegas
e servidores que tinham confirmado as fraudes em depoimento ao Ministério
Público. “(...) Se tiver que tomar uma atitude de homem como já tomei, que fui
pra cadeia por dar um tiro na boca de um advogado, eu vou de novo”, afirmou.
Fonte: Diário de Santa Maria
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