A
presidente Dilma Rousseff afirmou em pronunciamento no final da tarde desta
segunda-feira em Brasília que se sentiu injustiçada com a decisão da Câmara dos
Deputados de aceitar a abertura do processo de impeachment. Dilma voltou a
dizer que não cometeu crime de responsabilidade e afirmou ter a consciência
tranquila em relação a acusação que é base para o processo do seu afastamento.
“Recebi
54 milhões de votos e me sinto indignada com a decisão que aceitou a apreciação
do meu impeachment. Pode parecer que eu esteja insistindo em uma tecla só, mas
é importante, pois é da democracia. Não há crime de responsabilidade. Os atos
que eles me acusam foram praticados por outros presidentes antes de mim e não
foram caracterizados como ilegais ou criminosos. Foram considerados
legais", salientou. “Me sinto injustiçada porque a mim se reserva um
tratamento que não houve para ninguém. Os atos não foram praticados para me
beneficiar. Não foram para que eu enriqueça. Eu pratiquei esses atos. Quando um
presidente pratica esses atos ele o faz embasado em análises anteriores”,
afirmou.
Dilma
não poupou críticas ao vice-presidente Michel Temer. A presidente chamou de
“estarrecedora” a forma como, segundo ela, Temer conspira a favor do
impeachment. “Não se pode chamar de impeachment uma tentativa de eleições
indiretas no país, de quem não tem como assumir a presidência no voto. É
importante reconhecer que é extremamente inusitado, estranho e esterrecedor que
um vice-presidente no exercício do seu mandato conspire contra a presidente
abertamente. Cada um sabe o que se sente quando se tem a dor da traição. A
sociedade não gosta de traidor", disse.
Dilma
ainda destacou que não há contra ela nenhuma acusação de ter contas no
exterior, em clara indireta para Eduardo Cunha. “Me sinto injustiçada porque
aqueles que praticaram atos ilícitos presidem a sessão tão sério como a que
pode decretar o impeachment da presidente da República. Contra mim não há
nenhuma acusação de ter, por exemplo, contas no exterior”, declarou.
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