terça-feira, 19 de abril de 2016

“Me sinto injustiçada e indignada", afirma Dilma

Presidente acusou Temer de trabalhar abertamente a favor do seu impeachment | Foto: Roberto Stuckert / PR / CP


A presidente Dilma Rousseff afirmou em pronunciamento no final da tarde desta segunda-feira em Brasília que se sentiu injustiçada com a decisão da Câmara dos Deputados de aceitar a abertura do processo de impeachment. Dilma voltou a dizer que não cometeu crime de responsabilidade e afirmou ter a consciência tranquila em relação a acusação que é base para o processo do seu afastamento.


“Recebi 54 milhões de votos e me sinto indignada com a decisão que aceitou a apreciação do meu impeachment. Pode parecer que eu esteja insistindo em uma tecla só, mas é importante, pois é da democracia. Não há crime de responsabilidade. Os atos que eles me acusam foram praticados por outros presidentes antes de mim e não foram caracterizados como ilegais ou criminosos. Foram considerados legais", salientou. “Me sinto injustiçada porque a mim se reserva um tratamento que não houve para ninguém. Os atos não foram praticados para me beneficiar. Não foram para que eu enriqueça. Eu pratiquei esses atos. Quando um presidente pratica esses atos ele o faz embasado em análises anteriores”, afirmou.

Dilma não poupou críticas ao vice-presidente Michel Temer. A presidente chamou de “estarrecedora” a forma como, segundo ela, Temer conspira a favor do impeachment. “Não se pode chamar de impeachment uma tentativa de eleições indiretas no país, de quem não tem como assumir a presidência no voto. É importante reconhecer que é extremamente inusitado, estranho e esterrecedor que um vice-presidente no exercício do seu mandato conspire contra a presidente abertamente. Cada um sabe o que se sente quando se tem a dor da traição. A sociedade não gosta de traidor", disse.

Dilma ainda destacou que não há contra ela nenhuma acusação de ter contas no exterior, em clara indireta para Eduardo Cunha. “Me sinto injustiçada porque aqueles que praticaram atos ilícitos presidem a sessão tão sério como a que pode decretar o impeachment da presidente da República. Contra mim não há nenhuma acusação de ter, por exemplo, contas no exterior”, declarou.

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