Os
problemas da presidente Dilma Rousseff estão longe de acabar, saia ela do cargo
ou mantenha-se nele. Nos últimos dias, duas más notícias surgiram para a
mandatária do país no front da luta jurídica.
A
primeira é que a Procuradoria-Geral da República (PGR) já tomou a decisão de
pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito contra Dilma e o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A base é a colaboração premiada, na
Operação Lava-Jato, do senador Delcídio Amaral (ex-líder do governo no Senado,
eleito pelo PT de Mato Grosso do Sul e hoje sem partido). O parlamentar diz que
a presidente e seu antecessor tentaram influenciar, junto aos tribunais
superiores (STF e STJ), para que a Lava-Jato seja brecada.
O
pedido de investigação, por "tentativa de obstrução da Justiça", foi
divulgado pela Folha de São Paulo e confirmado a Zero Hora por um procurador da
República. Deve ser juntada na investigação a interceptação telefônica de
diálogo em que Dilma oferece ministério a Lula. A PGR está convencida que isso
foi feito para garantir foro privilegiado ao ex-presidente contra investigações
que poderiam ser feitas pelo juiz Sergio Moro, no Paraná. Esse magistrado tem
se notabilizado por sentenças rápidas.
A
outra investigação que pode atingir Dilma é sobre a usina nuclear de Angra III
(RJ). O juiz federal Marcelo Brêtas, que investiga no Rio de Janeiro o caso de
corrupção para obras bancadas pela estatal Eletronuclear, enviou ao ministro
Teori Zavascki, do STF, material que faz referência a Dilma e ao ex-ministro
das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB) no esquema de beneficiamento de
empreiteiras na ampliação das centrais nucleares em Angra dos Reis.
Dilma
era contrária à obra quando ministra das Minas e Energia de Lula, mas mudou de
posição em 2007 e, quando na Casa Civil, apoiou a construção de Angra 3. A PF
diz que a obra foi consolidada mediante propina paga por empreiteiras. O
conteúdo das menções a Dilma, encontradas na casa de um ex-diretor da
Eletronuclear, não foi revelado pela PF.
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