Ao
contrário do que afirmou tão logo a ação de impeachment teve a sua
admissibilidade aprovada no plenário da Câmara dos Deputados, o vice-presidente
Michel Temer criou um comitê para discutir a ocupação de cargos, conversa com
políticos, faz convites, e projeta ações para os primeiros dias do seu eventual
governo como presidente da República. Entre as medidas de ajuste no governo
estaria a adoção de uma nova idade mínima para a aposentadoria de homens e
mulheres, 65 anos, por exemplo.
Para
dar início ao governo com alguma margem de estabilidade, já que há a convicção
entre pessoas próximas a Temer de que ele teria 60 dias para se consolidar no
cargo ou poderá ser sufocado por contestações, resultando em uma nova crise,
aliados do vice têm se dividido em dois grupos nas últimas semanas. Uma equipe
articula propostas, com base nos documentos “A travessia social” e “Uma ponte
para o futuro”, elaborados pela Fundação Ulysses Guimarães, braço acadêmico do
PMDB destinado a formular políticas a serem desenvolvidas pelos governos do
partido no país. Outro grupo trata do mapa de cargos e ministérios, estuda a
distribuição de poder entre aliados no futuro governo do peemedebista.
A
necessidade de reduzir o número de ministérios, no entanto, tem sido vista como
um problema, já que os apoiadores do impeachment querem agora a sua fatia na
eventual administração do PMDB. Outra dificuldade está ligada ao fato de que,
no partido, há cobranças para que a sigla ocupe os ministérios mais
importantes, assumindo papel protagonista na administração federal em
contrapartida ao que consideram ter sido o segundo plano em que teriam
permanecido durante a gestão Dilma Rousseff.
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