sábado, 11 de junho de 2016

Fenômeno La Niña se aproxima e preocupa produtores

Fenômeno La Niña se aproxima e preocupa produtores | Foto: Felipe Dorneles / Especial / CP


Após quatro anos de ausência, há grandes chances de o fenômeno La Niña voltar a ocorrer em 2016, provocando impacto na produção gaúcha de grãos. O evento climático, caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, tende a ocasionar temperaturas mais baixas e menos chuvas no Sul do Brasil, ao contrário do El Niño, que encerra um de seus ciclos mais intensos. O cenário é bom para o cultivo do trigo, que fica diante de uma perspectiva mais favorável depois de duas frustrações consecutivas devido ao excesso de precipitações. Ao mesmo tempo, impõe cautela para a próxima safra de verão devido à possibilidade de déficit hídrico.

Conforme a maior parte dos modelos climáticos, se confirmado, o La Niña terá intensidade fraca a moderada e poderá se prolongar até o começo de 2017. “É de 90% a probabilidade de os próximos meses serem de neutralidade ou La Niña”, afirma a meteorologista Estael Sias, da MetSul. Se tudo ocorrer conforme a tendência atual, será a primeira vez desde 1998, segundo a meteorologista, que o fenômeno sucede um “super” El Niño, que no último ciclo trouxe ao Rio Grande do Sul períodos de chuva acima da média.

Cultura de clima temperado, o trigo não apresenta problemas com o frio e, além disso, pode se beneficiar de um clima seco, que reduz o risco de doenças fúngicas, causadas pelo excesso de umidade. Porém, um outro fenômeno irá exigir a atenção do produtor para esta safra. “Sendo um ano de La Niña, há também a probabilidade de geadas mais frequentes e mais intensas”, alerta o agrometeorologista Gilberto Cunha, da Embrapa Trigo. Mesmo que o evento seja corriqueiro, as baixas temperaturas diminuem os bloqueios na atmosfera e as massas de ar polar entram com maior frequência sobre o continente.

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