Operação Lava-Jato: Contadora do doleiro Youssef desnuda seu esquema de pagamento de propina
O repórter Robson Bonin disponibiliza na revista Veja desta semana o corrosivo diálogo que manteve em Curitiba com a contadora do doleiro Youssef, Operação Lava Jato, capaz de incendiar novamente as investigações e ampliar o escândalo que envolve empreiteiras, políticos como Cândido Vacarezza, deputado do PT, e Fernando Collor, além do ex- diretor da Petrobrás, Paulo Costa:
Meire Poza – "O Beto (Youssef) lavava o dinheiro para as empreiteiras e repassava depois aos políticos e aos partidos. Era mala de dinheiro pra lá e pra cá o tempo todo." (Jefferson Coppola/VEJA)
Meire Poza – "O Beto (Youssef)
lavava o dinheiro para as empreiteiras e repassava depois aos políticos e aos
partidos. Era mala de dinheiro pra lá e pra cá o tempo todo"
Meire Poza – "O Beto (Youssef)
lavava o dinheiro para as empreiteiras e repassava depois aos políticos e aos
partidos. Era mala de dinheiro pra lá e pra cá o tempo todo." (Jefferson
Coppola/VEJA)
É um clássico. As organizações mafiosas caem com maior rapidez
quando alguém de dentro decide contar tudo. O que se vai ler nesta reportagem é
justamente a história de alguém que, tendo participado do núcleo duro da
quadrilha que girava em torno do doleiro Alberto Youssef, pego na Operação Lava
Jato, da Polícia Federal, resolve contar tudo o que fez, viu e ouviu. Meire
Bonfim Poza participou de algumas das maiores operações do grupo acusado de
lavar 10 bilhões de reais de dinheiro sujo, parte desviada de obras públicas e
destinada a enriquecer políticos corruptos e corromper outros com o pagamento
de suborno. Meire Poza viu malas de dinheiro saindo da sede de grandes
empreiteiras, sendo embarcadas em aviões e entregues às mãos de políticos. Durante
três anos, Meire manuseou notas fiscais frias, assinou contratos de serviços
inexistentes, montou empresas de fachada, organizou planilhas de pagamento. Ela
deu ares de legalidade a um dos esquemas de corrupção mais grandiosos desde o
mensalão. Meire sabe quem pagou, quem
recebeu, quem é corrupto, quem é corruptor. Conheceu de perto as engrenagens
que faziam girar a máquina que eterniza a mais perversa das más práticas da
política brasileira. Meire Poza era a contadora do doleiro Alberto Youssef — e
ela decidiu revelar tudo o que viu, ouviu e fez nos três anos em que trabalhou
para o doleiro.
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