O
arroz de carreteiro e o sagu com creme servidos no Galpão Crioulo do Palácio
Piratini, ao meio-dia desta quinta-feira, foram indigestos para os deputados e
líderes de partidos aliados convidados pelo governador José Ivo Sartori para
ouvir um diagnóstico sobre a situação financeira do Estado. Os números
levantados pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), contratada pelo
Movimento Brasil Competitivo, são de tirar a fome de quem terá de administrar o
Estado e dos deputados que precisarão defender as medidas duras a serem
adotadas neste e nos próximos anos. O mais assustador deles é o do déficit
previsto para este ano: R$ 7,1 bilhões.
O
número choca porque é bem superior ao apurado pela equipe de transição, que
estimava o déficit em R$ 5,4 bilhões. Os consultores se vacinaram para
possíveis variações, esclarecendo que trabalharam com dados de fontes públicas,
até 31 de outubro, e estimativas sobre o fechamento do ano. Os dados da Fazenda
são mais realistas, porque contabilizam o Refis e um empréstimo de R$ 1,1
bilhão que entrou no final do ano.
Algumas conclusões são semelhantes às do economista Darcy Carvalho dos
Santos, que há meses vem advertindo que no orçamento de 2015 a receita está
superestimada e despesa subestimada. No executado de 2014, a receita ficou 5,7%
abaixo do previsto e a despesa ultrapassou o estimado em 5,2%.
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