Faz tempo que o escândalo de
corrupção na Petrobras serve de combustível para o fogo amigo dentro do PT. No
ano passado, petistas que comandavam o movimento “Volta, Lula” criticaram a
presidente Dilma Rousseff por admitir que aprovara a compra da refinaria de
Pasadena com base num relatório falho. Com o gesto de sinceridade, Dilma teria
levado a crise para dentro do Palácio do Planalto, segundo seus adversários
internos, e demonstrado uma ingenuidade e um amadorismo capazes de pôr em risco
a permanência do partido no poder. No afã de tirá-la da corrida eleitoral,
aliados de Lula também acusaram a presidente de traição ao responsabilizar a
antiga diretoria da Petrobras, nomeada pelo antecessor, pelos desfalques
bilionários nos cofres da companhia. Como o “Volta, Lula” não decolava e a
sucessão presidencial se anunciava acirrada, os petistas selaram um armistício
até a eleição. Mas, com Dilma reeleita, retomaram a disputa fratricida. O
motivo é simples: estrelas do PT serão punidas novamente — agora no petrolão.
Resta saber quem pagará a conta. Com as prisões do mensalão ainda frescas na
memória, ninguém está disposto a ir para o sacrifício.
A tensão decorrente das investigações
e do julgamento do esquema de corrupção na Petrobras colocou em trincheiras
opostas as duas mais importantes lideranças históricas do PT: Lula e seu
ex-ministro José Dirceu.
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