Por 55 votos a 22, senadores decidem pela continuidade do rito pelo afastamento da presidente
Depois
de mais de 20 horas de sessão, às 6h38min desta quinta-feira, o Senado selou o
destino da primeira mulher eleita presidente da Brasil: por 55 votos a 22,
aprovou a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Com o
resultado, a petista que recebeu 54 milhões de votos em 2014 será afastada do
cargo por 180 dias, até o julgamento final, e corre o risco de não voltar mais
ao Palácio do Planalto.
O
clima, dessa vez, foi diferente daquele que marcou a votação na Câmara dos
Deputados, em abril. Os discursos assumiram tom mais formal — alguns inclusive
foram lidos na tribuna. Não houve bate-boca nem grandes arroubos, e o plenário
chegou a ficar quase vazio em alguns momentos. O voto eletrônico, registrado no
painel, impediu as dedicatórias constrangedoras. Ficou a sensação de que os
senadores se limitaram a cumprir a formalidade, já que o resultado era esperado
por todos, inclusive pelos governistas.
Assim
que o debate começou, às 10h de quarta-feira, com 60 minutos de atraso, os
apoiadores de Dilma levantaram questões de ordem e foram criticados por atrasar
os trabalhos. Lindbergh Farias (PT-RJ) e Paulo Rocha (PT-PA) negaram se tratar
de manobra — mas, nos bastidores, o PT teria a intenção de empurrar a posse do
vice-presidente, Michel Temer, para a sexta-feira, 13, pelo simbolismo da data.
Ganharam mais uma hora de fôlego.
Somente
por volta das 11h20min, a senadora Ana Amélia Lemos (PP) — primeira da lista de
71 oradores inscritos para fundamentar o voto 1 foi chamada a se manifestar.
Defensora do avanço do debate, ela destacou o impacto das pedaladas fiscais na
vida dos brasileiros e justificou a escolha:
—
A lei é para todos. E temos a obrigação e o dever de respeitar a lei. É
exatamente por isso que encaminho o meu voto favorável ao impedimento e à
admissibilidade do processo.
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