sábado, 2 de agosto de 2014

CERCA DE 47% DAS CIDADES DO RS NÃO TÊM PLANO PARA O LIXO

Prazo para acabar dom os lixões e dar destino correto aos dejetos termina neste sábado

Nenhum município brasileiro atende, na íntegra, a Lei dos Resíduos Sólidos, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). A má notícia para os prefeitos é que o prazo para acabar com os lixões e dar destino correto aos dejetos termina neste sábado no Rio Grande do Sul. O cenário é preocupante na visão do presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. Para ele, a legislação é inexequível, uma vez que não há recursos disponíveis para isso e nem corpo técnico para elaborar e executar os projetos. 

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Diante desse cenário, a CNM busca no Congresso Nacional a prorrogação do prazo para livrar as prefeituras e os prefeitos de sanções por desrespeito à lei. A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) também apoia a extensão do prazo. No ano passado fez o pedido aos Ministérios das Cidades e do Meio Ambiente e à Presidência da República. Ziulkoski entende que o período de quatro anos foi necessário apenas para as cidades avançarem na questão. Além de fechar os lixões, os municípios são obrigados a implantar a coleta seletiva, fazer compostagem com os dejetos orgânicos, articular o descarte de objetos reutilizáveis e recicláveis e elaborar os Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. 

O prazo para a elaboração desses planos se encerrou em agosto de 2012. No entanto, uma pesquisa realizada pela CNM em municípios brasileiros com até 300 mil habitantes mostrou que 45,7% ainda não possuem plano de gestão. O Tribunal de Contas do Estado fez o mesmo questionamento às prefeituras gaúchas entre fevereiro e abril deste ano. Das 442 que deram retorno ao TCE, 211 (47%) admitiram ainda não ter conseguido cumprir com a exigência.

De acordo com cálculos da CNM, para resolver o problema dos resíduos sólidos em nível nacional seria necessário o aporte financeiro de R$ 70 bilhões. No entanto, Ziulkoski alega que o governo federal “vende uma falsa ilusão” de garantia de recursos. “Os prefeitos não acreditam mais na União. O prefeito gasta para ir até Brasília pleitear dinheiro e 97% dos projetos não saem do papel”, desabafa.,

Cinco prefeituras ainda têm pendências


Segundo a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), cinco cidades gaúchas ainda apresentam pendências em relação aos lixões. São Gabriel é um dos municípios que ainda possuem lixão em uso. A cidade de Santa Margarida do Sul também deposita seus rejeitos nele. Em Uruguaiana e Viamão os casos estão judicializados, buscando abertura de aterros. A situação de Ipiranga do Sul ainda consta como pendente.

Outras 458 cidades gaúchas têm destinado os resíduos aos aterros, próprios ou particulares, como é o caso de Minas do Leão, que recebe lixo de cerca de 250 cidades. Outras 12, segundo a Fepam, enviam seus lixos para Santa Catarina. “O Rio Grande do Sul é um dos estados mais avançados em relação a essa questão. Muitos outros estados têm dezenas de cidades com lixões, enquanto nós temos apenas cinco”, considera o superintendente técnico da Famurs, Edivilson Brum. Destaca que o Plano de Saneamento será obrigatório até 2015. Além dos resíduos, o programa trata do abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e drenagem das águas pluviais






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