Citado na investigação que apura supostos desvios no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o deputado federal reeleito Elvino Bohn Gass (PT-RS) subiu à tribuna da Câmara na tarde desta quarta-feira para se defender.
O petista afirmou,
diante dos colegas de parlamento, estar “profundamente indignado” e ser “vítima
de uma grande injustiça”. Criticou o vazamento “seletivo” das informações do
inquérito, que era sigiloso, às vésperas do primeiro turno das eleições.
A
fraude investigada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal (MPF) no
Estado trata de um esquema que teria prejudicado 6,3 mil produtores em Santa
Cruz do Sul e Sinimbu, e desviado cerca de R$ 79 milhões. Segundo o inquérito,
uma associação usava procurações assinadas por agricultores para obter
empréstimos do Pronaf junto ao Banco do Brasil. Parte do o dinheiro teria
irrigado campanhas políticas.
MP tem mais de 2 mil investigações sobre o Pronaf Bancários são suspeitos de envolvimento de fraude no Pronaf
— Quero de forma contundente repelir esse tipo de suposição, pois ela não é
verdadeira. Nunca recebi recursos ilegais para financiar campanhas eleitorais e
minhas contas sempre foram aprovadas pela Justiça Eleitoral – disse Bohn Gass.
O deputado já teve
acesso ao conteúdo da investigação. Afirmou que as interceptações telefônicas
citadas não trazem linguagens em “códigos, senhas e falas cifradas”. Em uma das
conversas, o petista trata da renegociação da dívida dos agricultores, segundo
ele, um debate público entre Congresso, movimentos sociais do campo e governo.
Vazamento não deve interromper investigação sobre Pronaf
PF investiga suicídios após suposta fraude em financiamentos rurais
Bohn Gass exigiu celeridade nas investigações e garantiu que vai procurar o
Ministério da Justiça para tratar do vazamento de uma investigação que era
sigilosa. Ainda informou que colocará à disposição das autoridades seus sigilos
fiscal, bancário e telefônico.
—
Nunca recebi recursos ilegais para financiar campanhas eleitorais. Coloco-me
inteiramente à disposição da Polícia Federal, do Ministério Público e do Poder
Judiciário para elucidar qualquer situação. Eu quero ser investigado. Não tenho
nada a esconder.
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