quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Ministério Público quer ouvir ex-secretário de Estado americano sobre morte de Jango


                                    Jango em comício na Central do Brasil, em 1964

                                    Foto: Arquivo Memorias Reveladas/MJ / Agência Bras
Para avançar nas investigações das causas da morte do ex-presidente João Goulart, o Ministério Público Federal (MPF) quer ouvir o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger, titular do cargo entre 1973 e 1977.
Além do diplomata, apontado como um dos mentores da política de tensão com o bloco soviético durante a Guerra Fria, a procuradora da República Suzete Bragagnolo solicitou os depoimentos de Harry Shlaudeman, secretário-adjunto de Estado na década de 1970, e dos antigos agentes da CIA Frederick Latrash e Michael Townley. Junto, foi requisitada uma série de documentos e relatórios de inteligência americanos que possam auxiliar na investigação.


Responsável pelo inquérito aberto para apurar a morte de Jango, a procuradora atendeu um pedido da família do ex-presidente. Ela formalizou a solicitação dos depoimentos e dos documentos no dia 21 de novembro, antes da divulgação do laudo final sobre as análises dos restos mortais do líder trabalhista.
O pedido de cooperação com os Estados Unidos foi encaminhado via diplomática, ou seja, os ministérios brasileiros da Justiça e das Relações Exteriores tratam do envio da demanda às autoridades americanas.
— Por ser um pedido feito via diplomática, não há garantia de cooperação dos Estados Unidos, vai exigir uma negociação entre os países. Tudo depende da boa vontade — explica Bragagnolo.
STJ concede liminar para impedir divulgação de fotos do laudo sobre morte 

Jango como a exumação pode esclarecer a morte do ex-presidente. 


Das quatro nomes citados, Henry Kissinger, que está com 91 anos, é o mais famoso. Conselheiro de segurança presidencial entre 1969 e 1975, ocupou o cargo de Secretário de Estado de 1973 a 1977, durante as administrações de Richard Nixon e Gerald Ford. Prêmio Nobel da Paz e figura marcante da Guerra Fria, incentivou a política de sustentação aos regimes de direita e de derrubada de governos de esquerda na América Latina

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