“Para profunda tristeza
dos brasileiros honestos e cumpridores de seus deveres, o país convulsiona com
o maior escândalo de corrupção da nossa história”, escreveu Rodrigo Janot, na
mensagem a seus pares.
O texto do procurador
geral, distribuído à rede Membros do Ministério Público Federal às 12h30 de
sábado, 6, foi revelado pelo jornal Correio Braziliense, na edição de domingo,
7. Janot destaca que não vai hesitar em obter punições a políticos citados
no escândalo.
Em sua delação premiada
o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, apontou pelo
menos 32 políticos, entre deputados e senadores, como supostos beneficiários de
propinas e recursos para financiamento de campanha. O doleiro Alberto Youssef,
que também fez delação, confirmou parte do elenco de políticos denunciados por
Costa.
Rodrigo Janot deixa
claro que fará esforços para punições de suspeitos, inclusive das agremiações
políticas mencionadas pelos delatores – Costa e Youssef afirmaram que as
propinas na Petrobrás abasteceram o caixa do PT, do PP, do PMDB, e que também o
PSDB e outros se valeram dos desvios.
Nesta semana, a força
tarefa da Lava Jato vai entregar à Justiça Federal denúncia formal contra 11
executivos de seis empreiteiras citadas como integrantes do cartel que se
apossou de contratos bilionários da estatal petrolífera em praticamente todas
as suas unidades, como a Abastecimento, a Internacional e a Serviços, que foi
dirigida por Renato Duque. Indicado pelo PT. Duque foi solto dia 2 de dezembro,
por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os procuradores da
República atribuem aos empresários corrupção ativa, corrupção passiva, formação
de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude à licitação,
formação de cartel, associação criminosa, além de atos de improbidade
administrativa.
Rodrigo Janot não admite insinuações de que estaria agindo para blindar o Palácio do Planalto. Na semana que passou, ele rechaçou a possibilidade de um acordão das empreiteiras do cartel. Elas enviaram à Procuradoria Geral seus advogados, criminalistas renomados. Queriam uma trégua, se dispuseram até a pagar multas pesadas, mas o chefe do Ministério Público Federa rechaçou o acordão.
No recado endereçado a
todos os procuradores da República, Rodrigo Janot foi categórico. Ele deixou
claro que nada o impedirá de chegar à punição dos envolvidos no escândalo da
Petrobrás. “Prosseguirei e farei o que for necessário para a punição de todos
os envolvidos.”
Rodrigo Janot disse a seus colegas que “jamais aceitará qualquer
acordo que implique exclusão de condutas criminosas ou impunidade de qualquer
delinquente”. O procurador geral da República acrescentou que mantém
“posição intransigente na defesa da probidade e no combate à corrupção que se
alastrou na gestão da Petrobrás”.
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